Questões éticas envolvidas nos zoológicos

Os primeiros zoológicos foram criados em Viena em 1752, posteriormente em Paris em 1793 e Londres em 1826.

 Uma mentalidade que é originada desde os tempos dos egípcios, chineses e astecas que passaram a manter animais capturados em suas viagens presos em seus templos como símbolo social, de força e poder.

A utilização de animais desde os primórdios dos tempos foram utilizados por motivos de lazer e diversão humana, sem muitos princípios éticos. As principais questões éticas a serem consideradas são o respeito e a preservação da liberdade comportamental dos animais. Mesmo em cativeiro, há programas como o enriquecimento ambiental, viveiros para convivência com outros animais presentes no mesmo bioma e nível moral para determinadas situações como a reprodução em laboratório e o desenvolvimento de espécies híbridas.

De acordo com os 340 membros da Associação Européia de Zoológicos e Aquários (EAZA) são regidos por um estatuto comum, e, teoricamente, tem como objetivos a conservação, a pesquisa científica e a educação ambiental. Porém ainda existem espaços, fora dos 1300 registrados em associações profissionais, que ficam à margem desse controle, com o único propósito de aumentar as visitas e os lucros.

 Grandes especialistas, como o primatólogo e estudioso do comportamento animal Frans de Waal, apontam que existem diferentes tipos de zoológicos, mas que não tem dúvida sobre a utilidade daqueles considerados “bons”. Aqueles que não cumprem com os padrões porque são pequenos, tem muita interação com o público, ou realizam pouco esforço pedagógico, precisam ser fechados. 

Os bons zoológios aproximam as crianças da natureza e educam a respeito dos animais exóticos de uma forma mais positiva que qualquer vídeo ou imagem, além de conscientizar as pessoas do valor desses animais e a importância de sua conservação. Alguns zoológicos, como por exemplo, o Zoo XXI, são a favor de planos de conservação in loco, criar um modelo de reprodução nesses espaços com um habitat para protegê-los, transformando a visão dos zoológicos atuais em uma nova perspectiva, através dos seguintes planos de ação:

  1. Um zoológico que seja mais indígeno, com a criação de um centro de recuperação e educação para a vida selvagem. 
  2.  Um zoológico que seja mais cívico, em que as decisões sejam feitas a partir de um comitê de profissionais da área em foco e instituições de sensibilização a favor dos animais nas cidades.
  3. Um zoológico que seja mais divertido, equipado com fascinantes tecnologias visuais que permitam que o indivíduo conheça melhor os animais se comportando de maneira natural em seu habitat. 
  4. Um zoológico que seja mais científico e mais educacional. 

Segundo Jesús Fernández, presidente da AIZA, a Associação ibérica de Zoológicos e Aquários, existem mais de 17.000 espécies ameaçadas de extinção e o trabalho do zoológico consiste em manter exemplares saudáveis de cada uma delas. A diretora do zoológico de Barcelona, Carme Lanuza, aponta o caminho com m

enos animais, menos espécies, mais espaço e um modelo mais fundamentado na conservação e na pedagogia. 

Um relatório sobre os zoológicos da UE elaborado pela Born Free Foundation, uma sociedade britânica que pesquisa a situação dos animais em cativeiro, concluiu que apenas 0,23% dos animais enjaulados na Europa estão extintos na natureza, 3,53% estão em grave perigo de extinção e 6,28% em perigo extremo. Por outro lado, também existem zoológicos modelares como o Gerald Durrell na Ilha de Jersey, onde as estatísticas se invertem em até 90%. A instituição mantém projetos em 18 países e foi capaz de reintroduzir numerosas espécies como o mico-leão-dourado, a pomba-rosada da ilha Maurício, os morcegos

 da Ilha Rodrigues, os íbis calvos de Marrocos ou espécies da fauna local de Jersey.

Os zoológicos devem resgatar o conceito de preservação, priorizando o bem-estar animal, sendo um local destinado a um sério aprendizado e estudo de espécies em risco de extinção, destinado a investigação científica e também com a função de abrigo para animais selvagens apreendidos por tráfico ilícito ou vítimas de maus-tratos.

A Fundação Zoobotânica administra do Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Zoológico de Sapucaia do Sul, custa cerca de R$ 26 milhões por ano, o que equivale a 0,04% do total de gastos do Executivo. Entre as atividades, está o monitoramento das espécies em extinção no estado. A 

instituição também é a única a fornecer veneno de serpentes para produção de soro antiofídico no Sul do país, através de um total de 350 cobras.

A Lei Federal 7173/83,  de uma forma bastante ampla, impõe as dimensões dos Jardins Zoológicos e das respectivas instalações a fim de que atendam os requisitos mínimos de habitabilidade, sanidade e segurança de cada espécie, e, assim, possa suprir a demanda do público que busca vivência com o a

nimal selvagem. Caso encontre comportamentos anormais, pode direcionar experiências negativas em forma de rejeição à instituição, bem como para programas de conservação que visem tanto a reintrodução, quanto a manutenção e reprodução de espécies em cativeiro.

Um exemplo de recinto para abrigar diferentes espécies de animais, onde encontra-se programas de conservação e educação ambiental é o Parque das Aves de Foz do Iguaçu. 

O Parque possui uma área total de 16,5 hectares, sendo 8 hectares de área construída. Ao longo dos anos a área que, anteriormente era degradada, vem sendo ativamente recuperada, abrigando hoje mais de 100 espécies de aves.

O Parque das Aves mantém hoje cerca de 1100 animais, incluindo espécies ameaçadas de extinção. A maioria das aves é proveniente de permutas entre zoológicos e criadouros autorizados pelo IBAMA, centros de reabilitação ou são resultado de apreensões realizadas por órgãos como a polícia ambiental, federal e IBAMA. As aves que chegam oriundas do tráfico geralmente estão em péssimas condições, assustadas e ocasionalmente machucadas, e aqui o esforço é grande para que esses animais se recuperem e fiquem saudáveis.  Além das aves recebidas, muitas espécies, como o papagaio-da-cara-roxa, a arara-azul-grande e a jacutinga são reproduzidas no Parque, que foi inaugurado no dia 7 de Outubro de 1994, e de lá para cá, muita coisa foi construída, melhorada, aprimorada. O Parque das Aves conta com uma equipe incrível e muito empolgada de 100 colaboradores, sempre prontos para seguir em frente. O Parque é totalmente mantido com recursos oriundos da visitação, ou seja, a entrada é revertida para manter o parque funcionando. 

Referências:

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/23/ciencia/1474651767 722249.html

http://www.semprefamilia.com.br/10-zoologicos-do-brasil-que-merecem-uma-visita/ http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/23/ciencia/1474651767 722249.html

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