Parque Estadual Carlos Botelho 🌿

Um mergulho dentro do Parque

O Parque Estadual Carlos Botelho é uma Unidade de Conservação de proteção integral, presente no estado de São Paulo. Ele foi criado em 10 de setembro de 1982, pela junção de 4 antigas reservas, através do decreto 19.499/82, com a finalidade de assegurar integral proteção à flora, à fauna, às belezas naturais, bem como para garantir sua utilização a objetivos educacionais, recreativos e científicos.

Possui quase 40 mil hectares de Floresta Atlântica preservada e faz parte de um dos maiores corredores ecológicos de floresta atlântica do país. Ocupa área de três municípios: Capão Bonito (4,37%), São Miguel Arcanjo (26,25%) e Sete Barras (6,68%). O Parque apresenta dois núcleos, o de São Miguel Arcanjo e o de Sete Barras, onde fica a Trilha da Figueira e a Trilha da Cachoeira do Ribeirão Branco. 

A sede do Núcleo de São Miguel Arcanjo tem uma excelente estrutura, com centro de visitantes, centro de exposição temático e mini museu. Conta com três hospedarias: a principal, Muriqui e Bugio, muito utilizadas por pesquisadores e também por quem busca se hospedar dentro do Parque. 

Para quem gosta de caminhadas na natureza, reparando nos magníficos detalhes da diversidade ecológica, o Parque apresenta as demais trilhas: Trilha da Bromélia, Trilha da Juçara, Trilha da Represa/Fornos, Trilha da Canela, Trilha do Rio Taquaral e Braço do Rio Taquaral e Pico da Pedra Maior. 

Não se esqueça que descendo a Serra da Macaca, no Núcleo de Sete Barras, você encontra mais duas trilhas lindas, a Trilha da Figueira e a Trilha Cachoeira do Ribeirão Branco. 

Parque Carlos Botelho
Parque Carlos Botelho

Quem foi Carlos Botelho?

O Parque recebeu o nome de Carlos Botelho como homenagem ao médico urologista Carlos José Botelho. Nascido em Piracicaba em 1855, iniciou a faculdade de Medicina no RJ e terminou na França. Carlos Botelho, além de pioneiro da assepsia, atuou também como secretário de obras públicas, viação e agricultura, ajudou a fundar a ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz em Piracicaba, ajudou na reforma do porto do município de Santos e foi patrono da imigração japonesa no Brasil (assinou o contrato para a vinda dos 3 mil primeiros japoneses). Ele morreu aos 92 anos de idade, em 1947. Em sua homenagem, um projeto audacioso foi elaborado visando o bem estar das próximas gerações

Projeto do Corredor da Biodiversidade do Rio Taquaral

Em Junho de 2021, participamos desde lindo projeto que tem o objetivo de reconectar duas grandes áreas de mata através de um corredor ecológico ao longo do Rio Taquaral. Assim como uma avenida que liga dois bairros, o Corredor Ecológico atua como uma faixa de mata, que conecta duas áreas de conservação, o Parque Carlos Botelho e o Refúgio das Araucárias, usando o Rio Taquaral como guia, incluindo todas as propriedade que estão ao longo do rio.

 Junto ao corredor ecológico, grandes áreas de florestas vão começar a crescer e junto virão muitos benefícios, como o ecoturismo na região e o enriquecimento de atividades como a observação de aves, visitas de viajantes nas propriedades, trilhas, recuperação e ampliação de cursos d’água, travessia para animais, ampliando a proteção da fauna, reflorestamento da flora com espécies nativas da Mata Atlântica entre outros benefícios e atividades que podem ser desenvolvidas ao longo do tempo. Com o plantio de árvores nativas no corredor, há mais disponibilidade de alimentação para animais, oportunidades para geração de produtos ecológicos e contribui para a redução do gás carbônico na atmosfera. Uma iniciativa que soma em muitos aspectos para quem vive e quem visita, ampliando o campo de atuação para ações de educação e sensibilização ambiental. 

Nossa participação foi de 15 dias de plantio de mudas nativas no Projeto de Regeneração vegetal na Reserva Refúgio das Araucárias, seguidos de mais 15 dias de colaboração com as atividades do Projeto no núcleo São Miguel do Parque Carlos Botelho.

Certificado PECB
Certificado de Participação junto ao Projeto Corredor da Biodiversidade

Dentro do projeto tivemos a grande satisfação em atuar com:

  • Gestão dos resíduos sólidos, revitalização e categorização da sinalização dos residuários em três categorias de acordo com a Lei 12.305;
  • WorkShop de educação ambiental com foco no conceito Lixo Zero para colaboradores da Unidade de Conservação;
  • Apresentação sobre o Conceito de Banho de Floresta para o gestor do Parque;
  • Manejo e manutenção do viveiro;
  • Fortalecimento de corredores ecológicos;
  • Colaboração coletiva com demais atividades e demandas internas da Unidade de Conservação;

Biodiversidade do Parque Carlos Botelho 

 O parque abriga a maior população de muriquis-do-sul, o Brachyteles arachnoides, o maior primata das Américas, podendo chegar ao seus expressivos 120 cm. É inclusive o animal símbolo do Parque! Esta espécie de macaco também é conhecida por mono-carvoeiro, devido à cor preta do seu rosto, palma das mãos e solas dos pés, que se assemelha aos trabalhadores das carvoarias. 

Estima-se que o parque abrigue um número entre 900 a 1400 indivíduos de muriquis! Além disso, o parque também é refúgio para mais 3 espécies de primatas: o bugio-ruivo, o macaco-prego e o mico-leão-preto. 

A fauna do parque é exuberante, com diversas espécies animais como onças pintada, onças pardas, jaguaritacas, antas, cachorros-vinagre, entre outros. Atualmente, já catalogaram cerca de 62 espécies de mamíferos, 31 espécies de répteis, 70 espécies de anfíbios, 56 espécies de peixes, além das aves que deixam o cenário ainda mais colorido, com um número aproximado a 420 espécies de aves. 

Parque Estadual Carlos Botelho – Núcleo Sete Barras

A chegada até o Núcleo de 7 Barras é através da Estrada-Parque, SP-139 – Nequinho Fogaça. Um trajeto que oferece pontos de interesse durante todo o trajeto pela Serra da Macaca, incluindo quiosques, mirantes e áreas de descanso. Um trajeto perfeito para observar a riqueza do lugar, em silêncio e sem pressa. 

Trilha da Figueira e Trilha Cachoeira Ribeirão Branco

O caminho da Trilha da Figueira é uma preciosidade para quem quer conhecer de perto a biodiversidade da Mata Atlântica. Centenas de espécies vegetais e animais sobrevivem à sua sombra e proteção.

A experiência fica ainda mais rica quando acompanhados por um dos monitores do Parque, muitos ainda são guias de observação de aves.  O time pela conservação ambiental é realizada por pesquisadores, cientistas, estudantes, voluntários e guarda-parques que combatem a extração irregular do palmito da palmeira-jussara e de outras espécies como o xaxim-bugio, que se encontra altamente ameaçado de extinção

Além de ser um excelente local para a prática de Birdwacthing, possui diversas trilhas e locais de banho, ou seja, é o local certo para contemplação da natureza e banho de floresta. Vale lembrar sobre a importância das aves para a dispersão de frutos e sementes, o que tem um papel essencial na manutenção e restauração das matas. As Florestas tropicais contêm muitas espécies de plantas raras, com indivíduos muitas vezes afastados entre si. As aves beneficiam estas espécies, pois o voo possibilita o deslocamento rápido, permitindo visitas sequenciais em árvores afastadas uma das outras. 

Em uma ida, vimos uma grande variedade de pássaros, dentre eles: O beija-flor-rajado, tucano-do-bico-preto, sabiá-pimenta, surucá-de-barriga-amarela, surucá-dourado, gralha-azul, choquinha-lisa, uru, papa-formiga-da-grota, sanhaço-azul e muito mais… 

Saiba mais sobre as aves que habitam a região

Sabiá-pimenta (Carpornis melanocephala)

 Diferente do Corocochó, ocorre em grandes altitudes, tem olhos vermelhos e verde oliva nas asas. Gosta de habitar níveis médios para o sub-dossel de floresta úmida até 500 m. Canção: Alta, gliding-down “njaouw”. 

Beija-flores avistados na Trilha:

Beija-flor-rajado (Ramphadon naevius

Beija-flor grande e bem marcado, encontrado no sub-bosque de Mata Atlântica e também visitando bebedouros ao longo das bordas das matas. Observe o bico com duas cores e com um gancho na ponta, sobrancelha mais clara, garganta laranja com uma listra escura no centro. A cauda é escura com bordas laranjas. A fêmea é um pouco menor, com o bico mais curto e curvado.  Tamanho 15 cm. Understory of Atlantic rainforest. 

Beija-flor de papo branco (Leucochloris albicollis)

Beija-flor com características marcantes; ambos os sexos tem plumagem verde brilhante com a barriga e pescoço brancos, separados pelo peito verde. O bico possui duas cores, sendo a mandíbula vermelha. Encontrada em uma variedade de habitats, como borda da floresta, plantações e jardins, principalmente nas terras baixas. Visitante frequente de bebedouros. O chamado é um irregular e seco “chip”. 

Beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata)

Beija flor pequeno e comum, em geral é verde metálico com uma mancha branca atrás dos olhos, mandíbula alaranjada, crisso pálido e a cauda azul e preta, com a base esverdeada. Ambos os sexos são semelhantes. As subespécies diferem na quantidade de azul na garganta. Encontrado em uma variedade de habitats abertos e semiabertos, incluindo cerrado e áreas urbanas, evitando interiores de Floresta Densa. 

Gralha-azul (Cyanacorax caeruleus)

Gralha grande, encontrada em florestas úmidas, principalmente nas florestas de araucária, cujas as sementes são sua principal fonte de alimento. O corpo é predominantemente azul escuro, a cabeça preta com topete pequeno e garganta preta. Geralmente vista em pequenos e barulhentos grupos. 

Tucano-do-bico-preto (Ramphastos vitellinus

Tucano grande e distribuição ampla na América do Sul. É predominantemente preto com o bico escuro, embora algumas populações possuem o cume amarelo na ponta do bico. Há uma variação significativa na plumagem: cor da garganta varia de branco a alanrajado; a pele ao redor dos olhos varia do azul ao vermelho. Visto só, aos pares ou em pequenos grupos na copa das florestas, com frequência em volta de árvores em frutificação. 

Uru (Odontophorus capueira

Ave robusta e de hábito terrestre, semelhante a uma galinha. Possui o bico curto e forte, os olhos vermelhos, coroa marrom avermelhada, sobrancelha alaranjada, garganta e barriga cinzas e as costas manchadas de marrom. Geralmente é encontrada em pequenos bandos nas florestas de baixadas de Mata Atlântica. O canto é alto, rápido e repetitivo “kloh-kloh-klohkloh”. 

Papa-formiga-de-grota (Myrmoderus squamosus)

Choca relativamente pequena, forrageira no solo de florestas úmidas. Ambos os sexos possuem a coroa, costas e cauda marrom avermelhado, criso prado. Os machos possuem a face preta com sobrancelhas pretas e peito branco escamado, enquanto as fêmeas possuem pálidas escamas no ventre e máscara desbotada. 

Pula-pula-ribeirinho (Myiothlypis rivularis)

Pássaro de cor amarronzada com sombrancelha branca bem marcada, a coroa é cinza com bordas pretas. O dorso é verde oliva e o ventre é padrão. A subespécie do norte não possuem a borda preta na coroa, o ventre e as sombracelhas são de coloração canela. Geralmente visto forrageando no chão das florestas próximas a riachos e rios. O canto é uma série ascendente de assobios muito altos. 

Surucuá-de-barriga-amarela (Trogon viridis)

Geralmente é detectado primeiro pelo canto: uma melódica série de “kua kua kua kua”, semelhantes ao surucuá-variado, porém mais rápido. Fica pousado, silenciosamente, por longos períodos. Os machos possuem as costas verdes, cabeça e peito azuis e a barriga amarela. As fêmeas apresentam o peito e a cabeça marrom acinzentados. A cauda é similar a dos machos, porém também tem barras cinzas horizontais. É encontrado nos extratos superiores e médios das florestas úmidas, borda da floresta, mata ralas e florestas secundárias. 

João-porca (Lochmias nematura)

Espécie distinta, razoavelmente pequena, robusta e com cauda curta. Possui o dorso marrom escuro com manchas brancas no ventre. O bico é um pouco curvado. Possui distribuição disjunta. As populações nos tepuís na Venezuela e sudeste da América do Sul. Possui uma sombrancelha branca, sendo ausente nas populações dos Andes. Quase sempre encontrada em cursos da água dentro de florestas, porém, tende a ficar escondidos, forrageando no chão ou próximo. Incomum. 

Fique atendo as dicas para circulação na Estrada-Parque

A Rodovia SP-139 é a primeira estrada Parque do país. São 33 km da sede do PECB ao Núcleo Sete Barras e seu acesso é permitido somente nas seguintes condições: 

  • Das 6:00 hr às 20:00 hrs
  • Veículos não podem ultrapassar 8 metros de comprimento e o peso bruto total não pode ser maior do que 9 toneladas.

O Parque oferece algumas recomendações aos visitantes, fique ligado antes de praticar qualquer atividade, esporte de aventura e/ou visitar os atrativos dentro da área:

  • Esclareça todas as dúvidas com os responsáveis e/ou funcionários do Parque; 
  • Esteja acompanhado de um monitor credenciado; 
  • Informe-se com o monitor/condutor sobre as normas relacionadas às atividades a serem realizadas; 
  • Porte todos os equipamentos de segurança indicados para a prática das atividades; 
  • Identifique possíveis riscos inerentes às atividades praticadas;
  • Use repelente contra insetos;
  • Informe-se sobre as condições climáticas e evite travessias de rios em períodos de chuva;
  • Cuidado ao entrar nas cachoeiras, pois algumas rochas são muito lisas/cortantes e podem provocar lesões;
  • Nas trilhas podem haver animais peçonhentos, até porque é o seu habitat. Fique atento! Em caso de picadas por animais peçonhentos procure identificar a espécie, procedimento que pode facilitar o diagnóstico do atendimento.
    Importante lembrar que qualquer animal peçonhento nunca atacará sem motivo, somente se for “atacado” primeiro. Respeite seu espaço, ande atento e use perneira, assim não haverá risco ;
  • Use protetor solar e evite exposição prolongada ao sol. 
  • Todos somos fiscais da natureza. Denuncia a caça, o tráfico e o desmatamento para a Polícia Ambiental. 

Preparado para uma aventura reconectiva?

Trilhar pelos caminhos apresentados pela EkoWays não é só uma relação de aquisição do roteiro e visita ao local.

É uma experiência muito maior, uma mudança da consciência entre a relação do viajante e das comunidades, tem a ver com fortalecer as três relações: Eu comigo mesmo, eu com os outros e eu com a natureza, com conexões profundas que propõe uma mudança de paradigma da sustentabilidade para regeneração, tem haver com uma viagem, com uma preparação de terra arada, com atividades que reconectam, com a vivência e com a expansão da percepção e do sentimento.

Tem a ver com a interconexão e compreensão da interdependência que há entre todos. Com a conexão dos propósitos dos territórios e com os ritmos do lugar. A espiritualidade tem a ver com a gestão do propósito com a unicidade do ser humano como propósito da natureza, onde o planeta é o caminho, com a consciência de onde vamos e como viajamos, como um estilo de vida e também com a cultura. Tem a ver com um bem-estar consigo mesmo e com um lugar comum. 

Vem com a gente para uma imersão de final de semana que inclui não só uma visita ao Parque Carlos Botelho, mas uma experiência de desconectar-se para reconectar-se com os ritmos da natureza.

Somos prestadores de serviços especializados no segmento de turismo sustentável, além de desenhar experiências transformadoras, nós prestamos consultoria a empreendedores no ramo do ecoturismo para o desenvolvimento do Turismo Regenerativo em sua área.

Entre em contato para saber um pouco mais sobre os nossos serviços e/ou nossos roteiros!

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Simm
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Ekoways Turismo
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